Montadoras propõem Reintegra – Na tentativa de sensibilizar o governo para aumentar as exportações de veículos, fabricantes instalados no Brasil iniciam uma mobilização em torno da proposta de criação do Reintegra de 10%, que devolveria aos exportadores este porcentual sobre o faturamento das vendas externas, como forma de compensar os impostos que são embarcados junto com cada carro brasileiro enviado para fora do País. Em troca dessa restituição, em tese, as fábricas produziriam mais, gerariam mais empregos, recolheriam mais impostos e assim devolveriam com sobras aos cofres públicos os recursos recebidos. A medida é defendida por todos os representantes do setor que participaram do Fórum Estadão Think “Exportar para Gerar Riquezas e Emprego”, realizado em São Paulo, em junho.
Para apresentar uma proposta aceitável ao Ministério da Economia, que não seja classificado como um novo pedido de incentivos ao setor, a associação dos fabricantes, a Anfavea, encomendou um estudo à AT Kearney, que calcula em cerca de 15% o custo dos impostos embutidos em cada veículo exportado pelo Brasil hoje.
Segundo estima a consultoria, a devolução de parte desses recursos via Reintegra de 10% do valor das exportações tem potencial para elevar em torno de 1 milhão de veículos por ano nas vendas externas do setor, aumentando o total exportado para perto de 1,5 milhão de unidades/ano, o que criaria mais 120 mil empregos na cadeia automotiva, gerando ao Fisco algo como R$ 8 bilhões em impostos adicionais. Dessa forma, a medida poderia devolver competitividade internacional ao produto nacional sem causar nenhum rombo nas contas públicas – muito pelo contrário, aumentaria a arrecadação.