A indústria automotiva é cheia de casos de sucesso. A disputa das grandes montadoras em busca de avanço em tecnologia, desempenho, conforto e design, faz nascer alguns modelos memoráveis.
Aqueles que se tornam, mesmo após décadas, o sonho de consumo de todo amante de carros. Temos dezenas de casos, desde os mais sofisticados, até os mais populares.
Afinal, quem nunca sonhou (ou sonha) em ter um Opalla, um Maverick, um Mustang Cobra ou até mesmo um Fusca. Isso mesmo, um Fusca. Há milhares de apaixonados pelo besourinho da Volks.
Pois bem, tirando esses e outros fenômenos que marcaram época e alguns outros que foram regulares ou bons em seus tempos, sobram aqueles que serão lembrados, mas, negativamente. Aqueles verdadeiros desastres das montadoras. O motivo pode ser o design mirabolante, o motor genial ou o câmbio inovador, mas que foram bons somente nos planos. Nas ruas, acabaram sendo verdadeiros fracassos.
Aproveitamos a seleção feita pelo portal de locação de veículos carroaluguel.com, para relembrar algumas das bolas mais foras que as montadoras já lançaram no mercado. Vamos lá!
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A lista começa com um modelo exclusivamente para o Brasil e que nem precisou de esforço para ganhar a posição.
O aventureiro, lançado em 2006, tinha um visual meio anos 80. Mas, sua estrutura foi a principal responsável pelo fracasso. Afinal, sua carroceria, feita de fibra de vidro, poderia simplesmente partir ao meio durante uma voltinha. Tá bom ou precisa de mais?
O (in)sucesso foi tanto que a Ford resolveu fazer o recall do modelo. Convocou todos os compradores das 77 unidades e os comprou de volta para utilizar a carcaça como sucata. Quem não quis devolver o carro e ter o dinheiro de volta, precisou assinar um documento assumindo os riscos em conduzir o “seguro” Troller Pantanal.
O vice-campeão na lista é um genuíno brasileiro. O Gurgel foi o primeiro veículo 100% nacional. Desde seu projeto até a venda, tudo foi pensado e realizado no Brasil. Isso garantiu vantagens nos preços.
O carro, que contava também com peças e componentes econômicos, era imbatível nos preços. Mas, e aí, por que o pioneiro Gurgel está na lista? Simplesmente porque foi um dos carros mais feios já projetados.
Junto ao design espantoso que abusava da falta de curvas, o Gurgel contou com uma mudança política que passou a incentivar montadoras estrangeiras e causou sensível diminuição nos preços dos concorrentes. A vantagem – seu preço, já não era tão grande.
Já sua desvantagem, bem… os carros continuavam mais feios e menos equipados.
Completando o pódio, o Ford Edsel foi, talvez, apenas o carro certo na hora errada. Para justificar o posicionamento destacado na lista cabe lembrar que a Ford poderia não ser como conhecemos hoje. E o responsável seria o Edsel.
Lançado em 1950, em meio à corrida espacial, o carro seguiu uma tendência e optou por um design grande, cheio de curvas e com muitos detalhes cromados.
A intenção era ser parecido com uma nave espacial. Porém, uma recessão que fez os compradores optarem por carros mais econômicos e menores e uma grade frontal que se assemelhava muito ao órgão genital feminino, fizeram o modelo levar a montadora fundada por Henry Ford quase à falência.
Obs: A febre por carros “espaciais” também chegou no Brasil (um pouco atrasada). O Ford Galaxie foi o maior sucesso por aqui. A disputa das grandes montadoras
Do outro lado da corrida espacial veio o Lada Laika. O modelo soviético, lançado em 1970, foi inspirado no Fiat 147, e vendido no Brasil entre 1990 e 1995. O design não foi problema dessa vez.
O problema foi que, mesmo com baixo preço, o quadradinho soviético não tinha mecânica adaptada ao combustível vendido por aqui – gasolina com 25% de álcool – e precisou de adaptações no carburador. Outro agravante foi a falta de peças. Se hoje os motoristas ainda sofrem quando precisam de peças de algumas montadoras, imagina no início dos anos 90?
O Classe A surgiu, em 1999, como a chance de pessoas com rendas menores terem um Mercedes. Mas, parece que a montadora não sabe fazer nada que não seja de alto nível. Na tentativa de se adequar ao novo desafio, o projeto não podia ter saído pior.
O resultado? Um carro com design duvidoso e sem estabilidade nenhuma. Quando preciso desviar de algum objeto inesperado, o carro capotava facilmente.
No fim, a segunda falha foi corrigida e o carro atingiu o padrão da Mercedes. O detalhe é que, incrementado, o valor cobrado pelo Classe A já não cabia mais no bolso do público projetado.
Mesmo parecendo uma piada pronta, o nome não foi o maior problema do modelo lançamento mais explosivo de 1970. O maior pecado do carro foi, realmente, ser um estouro. Isso porque, com seu tanque de combustível colado no para-choque traseiro, qualquer batidinha traseira fazia o veículo explodir! Uma verdadeira bomba, né?
O primeiro carro produzido no Brasil, e comercializado entre 1956 e 1961, tinha considerável dirigibilidade e performance aceitável para os padrões.
O problema, foi que cabiam apenas duas pessoas ou três – uma sendo criança. E as famílias não paravam de crescer. Como os pais optaram por andar com a família reunida, o carrinho acabou se tornando (um bom) item de coleção.
Até a luxuosa fabricante francesa – que virou italiana na década de 80 -, teve seus deslizes. Aliás, talvez o luxo tenha sido o principal motivo. O carro digno de realeza, como o nome já sugeria, era perfeito. Imponente, com 6,5 m de comprimento, extremamente potente e coberto de detalhes.
O único porém ficou por conta do “timing” do lançamento. No fim da década de 20, quando o veículo foi comercializado, o mundo vivia a “grande depressão”, uma das maiores recessões da história. O caríssimo modelo da Bugatti teve apenas seis das 25 unidades produzidas e vendidas.
A Audi tentando conquistar maior fatia de mercado por aqui, tentou mostrar rebolado e deu o seu “jeitinho”. Bem, a intenção era nobre, mas o resultado foi digno de entrar para essa seleta lista. A tentativa de reproduzir o A4 por em solo brasileiro teve duas falhas enormes.
A utilização de alumínio na montagem de toda a lataria foi um problema à medida que os lanterneiros não conseguiam recuperar nada em caso de batida. Qualquer simples acidente se tornava perda total. Outro detalhe crucial foi o capô que simplesmente não podia ser aberto. Fazer manutenção era tarefa quase impossível no A2.
O nome do modelo já indicava uma tendência futurística no veículo. As portas abrindo para cima e a carroceria totalmente em aço inoxidável completavam a fantasia do carro que “voava no tempo”. O projeto, apesar de ter grandes falhas, contou com o grande impulso da trilogia “De volta para o Futuro” para ter sucesso pelo mundo todo.
A produção, restrita aos Estados Unidos, durou apenas dois anos (1981-1982) e foi encerrada devido ao fechamento da fábrica.
A expectativa era enorme sobre o carro e as vendas foram decepcionantes. Isso porque, o carro, pensado para ser o futuro do mercado automotivo, era muito pesado e lento por conta de sua lataria em aço – o que também deixou os preços muito elevados.
O modelo, mesmo considerado um fracasso, conquistou a simpatia de muitos fãs. Por isso, o carro dos sonhos de muitos nas décadas de 80 e 90, é o último da lista e poderia ter um lugarzinho em outras seleções mais positivas.
Seleção dos modelos pela carroaluguel.com
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