Vendas vão reagir – O mercado brasileiro de veículos já foi o quarto maior do mundo. Com as crises econômica e política iniciadas em 2013/14 o País caiu para oitavo. No ano passado, subiu para sétimo e o potencial de crescimento indicava que o Brasil poderia crescer nessa escala. Porém a pandemia do Covid-19 mudou demais o cenário. Conversei com Pablo Di Si, presidente da Volkswagen para América do Sul, América Central e Caribe, sobre como o mercado vai reagir com a reabertura ainda parcial das concessionárias.
“É difícil de avaliar com grau de confiabilidade no momento. Depende muito, principalmente, do comportamento do consumidor nas próximas semanas para podermos fazer uma estimativa mais concreta. Mas, sem dúvida, a reabertura das concessionárias é o principal fator para a reação das vendas, mesmo que ainda tímida, considerando que já retomamos as atividades em nossas fábricas e a demanda do mercado vai ditar o ritmo de nossa produção.”
“O mercado brasileiro é muito estratégico para a Volkswagen. Temos quatro fábricas aqui, sendo ao todo seis na América Latina, e no ano passado a região América do Sul foi a responsável pelo maior crescimento da marca Volkswagen no mundo, com 3,7%. Nos últimos dois anos, o mercado automobilístico no Brasil cresceu 21% e a Volkswagen, 52%. Isso nos incentiva a continuar investindo no Brasil, oferecendo produtos com mais tecnologia, segurança e de acordo com o gosto e necessidades do consumidor brasileiro e da região como um todo.”
Ainda estamos longe da normalidade?
“Estou no Brasil desde 2000 e já passei por várias crises. Esta é uma crise atípica, pois afeta todos os países e todas as indústrias ao mesmo tempo. Porém, aos poucos, vejo as coisas voltarem ao normal. Retomamos as atividades em nossas fábricas e a percepção que eu tenho é que os empregados estão muito felizes com o retorno ao trabalho. Fizemos um lançamento totalmente digital de um novo carro, o Nivus, assistido por 100.000 pessoas, em 56 países. Isso mostra que o mercado continua interessado em consumir novos produtos. Além disso, o brasileiro é tradicionalmente um povo alegre, otimista e muito trabalhador, e isso ajuda na superação de momentos de crise como esta que estamos enfrentando.”
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Fernando Calmon