Com a ociosidade nas montadoras acima do segmento popular, as montadoras de luxo com fábricas locais preveem uma retomada lenta do mercado brasileiro. Para 2017, as vendas de automóveis premium devem continuar contaminadas pelos efeitos da crise econômica.
Com o Inovar-Auto, que exige conteúdo local de 60% para evitar majoração de 30 pontos do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), montadoras de luxo se viram diante da decisão de investir ou não em fábricas locais para garantir suas vendas no mercado brasileiro, que estava em franca ascensão.
O setor automotivo estima que a ociosidade das montadoras gire em torno de 50%, atualmente. De acordo com a diretora de relações governamentais do grupo BMW Brasil, Gleide Souza, o mercado de automóveis de luxo acompanhou a retração da economia. “Para o País voltar a crescer, é necessário estabilizar a conjuntura política e suas instituições, além de promover reformas fiscais e trabalhistas”.
A executiva acrescenta que um programa voltado para a indústria automotiva é primordial para alavancar as vendas. “O setor precisa de previsibilidade”.
A Mercedes aplicou aproximadamente R$ 600 milhões para construir sua fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP);
aporte similar foi feito pela BMW em Araquari (SC) em um empreendimento que inclui a montagem de modelo da marca MINI;
a Land Rover investirá R$ 750 milhões em Itatiaia (RJ). Já a Audi, compartilha em São José dos Pinhais (PR) uma planta com a Volkswagen, em um aporte em torno de R$ 440 milhões.