A favor das reformas – Neste mês de Agosto completo 64 anos de idade. Ao longo dos últimos anos – ou décadas – venho acompanhando, como consigo, as mudanças de cultura , hábitos e costumes pelos quais passa nosso mundo, que é, em última instância, a “casa em que vivemos”. A impressão que tenho é que apesar dos avanços da ciência e da tecnologia , no campo das relações humanas, andamos para trás. Bem, mas isso é matéria para outro forum de debates.
No momento quero abordar a necessidade das reformas propostas pelo Governo, embora não necessariamente apoiando tudo o que é proposto. Mas, o mundo mudou muito nos últimos 60 anos e não há como negar. Imaginem quantas profissões deixaram de existir e quantas outras surgiram. É natural do ser humano reagir negativamente à qualquer proposta de mudança pois isso implica em caminhar numa estrada a qual ele não conhece. Em última instância preferimos trafegar na estrada esburacada da qual reclamamos mas de cujos buracos aprendemos a desviar. Reclamam também das mudanças ou reformas aqueles que usufrem mais e melhor que os demais cidadãos da situação vigente. Ora , se estou “levando vantagem” porque aceitar ou aprovar mudanças?
A reforma mais necessária está no pensamento. Precisamos começar a agir como nação. Precisamos entender que com uma nação mais forte, uma economia mais forte, uma distribuição de renda mais justa, todos serão beneficiados, alguns diretamente e outros de forma indireta. Os políticos que tanto criticamos estão encastelados no poder porque nós os colocamos lá, ou seja, porque votamos mal, escolhemos mal e agora precisamos consertar, mudar, reformar.
Muitos de nós assistiram a entrevista do brilhante ator Pedro Cardoso , que hoje reside também em Portugal. Não pretendendo me alongar no que ele declarou, ouvimos ele dizer que vive num país onde os serviços públicos funcionam bem, incluindo aí a saúde, educação, transportes e infra-estrutura em geral. Disse que quando está no Rio tem que trabalhar muito porque tem que ganhar muito dinheiro porque viver no Brasil é muito caro. Além dos impostos que pagamos, existe a necessidade de se ter um plano de saúde privado, pagar o “segurança” na rua e daí por diante. O Brasil é o 14º país no mundo no ranking de cobrança de impostos da população e é o 30º no que diz respeito ao retorno em termos de bem estar ao cidadão. Precisamos reformar nosso pensamento.
O Governo também propõe reformas, a meu ver, necessárias. Dentro da Reforma Trabalhista, em primeira instância , as relações entre o empregador e o empregado permitirão, assim que a economia começar a respirar, um modelo mais verdadeiro e abrangente permitindo que uma grande massa de desempregados tenha direito ao “primeiro direito” pelo qual “lutam”. O direito ao emprego. Da mesma forma que o mundo e o Brasil mudaram ao longo do tempo, nossa CLT, que foi o berço e o arcabouço das leis trabalhistas na década de 50, também tem que sofrer alterações. Tais leis foram de grande utilidade na construção da relação entre empregador e empregado. Entretanto, hoje, ao invés de protegerem o empregado, o conjunto de “direitos adquiridos” acaba em muitos casos inviabilizando o emprego e , por consequência, engessando o crescimento econômico.
A reforma da previdência também nos parece necessária, embora não tenhamos acesso cristalino à conta que confronta a arrecadação versus pagamentos de benefícios versus expectativa de pagamentos de benefícios. Minha opinião é que uma auditoria externa seja feita para constatar ou não a necessidade da reforma. E, não menos importante, que os militares e os parlamentares também sejam incluídos no sistema previdenciário com suas reformas. Não sei se podemos dizer isso, mas parece-me que a Reforma Política talvez seja a mais importante, por motivos que todos conhecemos e comentamos acima. E a Reforma Tributária, que tanto nos incomoda como cidadãos contribuintes e como profissionais.
Não há como afirmar qual é a mais urgente pois todos os temas incidem diretamente no bolso do trabalhador ( seja empregado ou empregador ), que é também contribuinte da Previdência, que é também pagador de inúmeros impostos e é também cidadão e eleitor, tudo ao mesmo tempo.
Abraços e bons negócios !!!
Humberto Roliz
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