A indústria automobilística tem investido em tecnologias automotivas e ambientais de baixo carbono para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Países emergentes, como o Brasil, usualmente recebem tecnologias automotivas de mercados desenvolvidos, como as inovações em tecnologias ambientais automotivas para reduzir emissões de GEE. Os programas para economia de combustível e redução das emissões de GEE estão em vigor há algumas décadas em diversos países e as fases atuais desses programas estabelecem metas mais restritivas.
Em 2013, iniciou-se o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o INOVAR-AUTO. Entre as metas estabelecidas pelo programa estava a melhoria da eficiência energética dos veículos até 2017. Para transmitir estas informações ao público, o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) classificou a eficiência energética de cada modelo de veículo comercializado no Brasil entre A até E. Essa classificação reflete a emissão de CO2 e o consumo de combustível. O PBEV disponibiliza essas informações em aplicativo de celular, dinamizando o acesso aos dados para os consumidores e permitindo uma comparação rápida entre modelos.
Uma pesquisa realizada pelo aluno de mestrado em Administração da FEI, Orlando Salvo Júnior, orientado pela profa. Maria Tereza Saraiva de Souza, também do Programa de Pós-Graduação em Administração da FEI/SP analisou o efeito desta regulamentação na frota nacional para identificar a difusão de novas tecnologias ambientais em veículos leves, conforme a classificação de eficiência energética (PBEV). A combinação de tecnologias que melhoram a eficiência levou à classificação A do PBEV 63,2 % de veículos leves fabricados nos Brasil em 2017, contra 39,5% em 2013.
O melhor desempenho energético dos motores foi atingido em função da difusão de tecnologias conhecidas tais como o comando de válvulas variável (VVT) e turbo compressor, nos veículos nacionais. Além destas tecnologias, outras novas, para o mercado brasileiro, como a redução dos motores para três cilindros (downsizing) e a injeção direta, atualmente em processo de difusão no Brasil. Além disso, a ampla influência no consumo é o peso do veículo, o que favorece os veículos menores e mais leves na redução do consumo de combustível.
Analisando os veículos 2017 do PBEV, as tecnologias que apresentaram maior proporção com classificação A foram: a injeção direta, com 56,8% dos veículos, o turbo, com 63,9%, o VVT, com 72%, e os motores 3 cilindros com 100%. Estes modelos têm nota A na classificação por categoria de veículo, mas na escala absoluta do PBEV o quadro é bem diferente. Na escala absoluta as notas A se limitam a 9,7%, 13,3%, 27% e 92,3%, respectivamente. Dentre as tecnologias, o motor três cilindros mantêm ainda um elevado patamar de eficiência, parte em função destes motores equiparem veículos mais compactos. Entre as transmissões, a preferida, a manual, entre os brasileiros tem a segunda maior eficiência por categoria, perdendo por menos de 1% para a CVT (transmissão continuamente variável), mas na escala absoluta a transmissão manual tem a maior proporção de veículos com classificação A.