Óculos de realidade aumentada ensinam on-line como ajustar ou reparar qualquer componente do veículo; basta apontar a câmera do tablet para uma caixa de peças, um motor ou uma transmissão para enxergar na hora todas as peças contidas lá; o mecânico já pode se conectar ao carro com seu celular para saber o que precisa ser reparado e todos os processos envolvidos; automóveis conectados podem enviar às oficinas pedidos de componentes de reposição e agendamento de serviços. Essas são algumas das cenas tecnológicas mais vistas nos maiores estandes da Automechanika Frankfurt 2018, onde gigantes do setor de autopeças mostram como estão encaminhando a revolução digital dos novos veículos que ajudam a desenvolver para o futuro do aftermarket, que chega rápido e diferente, cheio de desafios e oportunidades.
“Veremos mais mudanças no aftermarket automotivo nos próximos cinco anos do que vimos nos últimos 20. Veículos eletrificados, com sistemas autônomos de direção e conectados em rede abrem oportunidades para a oferta de novos serviços e reparos para oficinas, seguradoras e plataformas de comércio eletrônico”, avalia Frank Schlehuber, conselheiro sênior da Associação Europeia de Fornecedores Automotivos (Clepa).
As afirmações de Schlehuber foram repedidas quase sem diferenças pela maioria dos executivos das divisões de aftermarket das maiores companhias de autopeças do mundo durante suas apresentações na Automechanika. Afinal, se aproximadamente 75% do valor de um veículo são produzidos pelos fornecedores de componentes e sistemas, são eles que devem aproveitar melhor a digitalização crescente em curso para continuar faturando no aftermarket.
Presidente da divisão de aftermarket da Bosch, Manfred Baden citou recente levantamento da PwC para ilustrar a imensa oportunidade aberta por esse processo: “Até 2025 é esperado que 470 milhões de veículos conectados estejam circulando no mundo todo. Com isso, apenas na Europa o mercado de softwares e serviços de dados vai mais que triplicar de tamanho, dos atuais € 11 bilhões para € 34 bilhões. Isso corresponde a um faturamento de aproximadamente € 140 por veículo”, destacou.