No dia 19 de março, Brasil e México passaram a ter, pela primeira vez, livre-comércio de veículos e autopeças. Significa que montadoras instaladas nos dois países poderão exportar e importar produtos sem qualquer barreira comercial como cotas e imposto de importação. Até agora, o acordo entre as duas partes previa cotas isentas de impostos.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defendia a prorrogação, por mais três anos, do sistema de cotas alegando que a competitividade da indústria brasileira é muito inferior à do parceiro, que tem carga tributária interna menor, infraestrutura mais eficiente tem elevada escala por exportar a maior parte de sua produção para os Estados Unidos.
O receio é de que as matrizes das empresas prefiram investir no México em vez do Brasil. O acordo que expirou na véspera previa menos de 35% de conteúdo regional, dependendo do tipo de peça. Esse porcentual sobe agora para 40%.
Os dois países têm acordo comercial no setor automotivo desde 2002. A última renovação ocorreu em 2015, data inicialmente prevista para o início do livre-comércio, mas foram mantidas as cotas por mais cinco anos, com valores aumentando 3% a cada ano. Nos últimos 12 meses, entre março de 2018 e março deste ano, a cota era de US$ 1,7 bilhão para cada país.