Anuário do Sindipeças – Relatório Conjuntural da entidade apresenta números positivos, porém traz preocupação com os próximos passos do Segmento.
O Sindipeças – Sindicato das Indústrias de Autopeças – divulgou sua pesquisa conjuntural com os resultados do Setor no ano. Os números apresentados no anuário revelam dados positivos, porém trazem também uma preocupação ao mercado. Ao passo que os indicadores aumentaram na comparação com igual período do ano passado, há uma redução constante desde o segundo semestre de 2018.
Em números, apesar do crescimento de 8% na receita acumulada do primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2018, a indústria de autopeças está desacelerando o ritmo de crescimento desde meados do ano passado. No primeiro bimestre, por exemplo, a alta estava em 12,8%.
“As taxas de variação seguem positivas, mas em intensidade menor”, revela a entidade, informando ainda que no acumulado de 12 meses verifica-se expansão de 13,6% no faturamento do setor comparativamente ao período anterior. O setor cresceu 17,4% no ano passado e expressivos 42,7% no biênio 2017-2018.
Desaceleração pode ter explicação
Com a alteração na data do carnaval que naturalmente segura o ritmo de investimentos no primeiro bimestre, houve uma queda justificável nos resultados do primeiro trimestre. Na passagem de fevereiro para março, o faturamento das autopeças teve redução de 1,08% em relação a fevereiro e de 0,5% frente ao mesmo mês do ano passado. Segundo o Sindipeças, o menor número de dias úteis em março, por causa do feriado de carnaval, explica em parte essa retração.
No terceiro mês do ano, as vendas para montadoras caíram 4,3% em relação a março do ano passado e 2,5% comparativamente a fevereiro. No casos dos negócios OEM, verifica-se incremento de 8,6% no trimestre, índice que chega a 9% nas vendas para o mercado de reposição.
Dólar em alta impacta no Setor
Com a variação do dólar, em alta desde o início do ano, as exportações, importações e negócios intrassetoriais sofreram interferência. Nas vendas de empresas nacionais para outras do Setor, houve aceleração, seja por causa da substituição das importações por conteúdo local, devido à volatilidade e nível cambial, seja em razão das novas famílias de produtos, que motivaram maior localização de partes, peças e componentes. No trimestre, esses negócios cresceram 30,4%.
As exportações em dólar subiram 5,5% na comparação de março com fevereiro e se mantiveram estáveis nos últimos doze meses. No trimestre, a queda das exportações chega a 13,3% no comparativo com os primeiros três meses de 2018
“Afora a crise na Argentina, as incertezas nos fluxos de comércio mundial e a guerra comercial entre Estados Unidos e China parecem ter afetado o desempenho das exportações no primeiro trimestre do ano, com registro de queda de 13,3%”, avalia o Sindipeças.
Ociosidade da Indústria
A utilização da capacidade da indústria de autopeças caiu 1 ponto porcentual em março, para 69%. “Desde janeiro, a ociosidade da indústria de autopeças vem se mantendo ligeiramente acima de 30%, o que se mostra condizente com a lenta recuperação da atividade econômica brasileira”, avalia a entidade que congrega no Brasil e indústria de autopeças.
Anuário do Sindipeças