País sobreviveu a crise e agora busca a retomada do crescimento em 2017
12 meses – Os últimos anos têm sido especialmente complicados para a sociedade brasileira. Uma economia frágil, um cenário político conturbado e uma série de problemas sociais que pioram com o passar do tempo.
No Setor automotivo 2016 marcou o aprofundamento de uma crise que teve início em 2014 e ganhou as manchetes em 2015. Isso além das Olimpíadas, um dos maiores eventos do mundo, que foi realizado no Rio de Janeiro.
Se as montadoras sofreram quedas na produção e nas vendas e amarguraram demissões em massa, sejam elas voluntárias ou não, a Reposição conseguiu se manter dentro de um limite seguro.
Não que o ano tenha sido bom para as indústrias, distribuidoras e varejistas de autopeças, mas na comparação com outros segmentos, o setor passou praticamente ileso. Isso se dá, em grande parte, pelo fato de ser um mercado vinculado à necessidade. O carro apresentou defeito a peça precisa ser reposta. E se esperar para trocar, o prejuízo fica ainda maior.
Esse pensamento foi o que manteve as engrenagens da Reposição funcionando ao longo do ano.
Mas 2016 não foi um ano totalmente perdido. Economicamente já se vê com mais forma novos rumos. A previsão de retomada do crescimento, ainda que timidamente, para o segundo semestre de 2017 e expectativa de elaboração de um novo Inovar-Auto que seja mais positivo para o setor de autopeças são bons exemplos de novos rumos.
Isso sem falar nas fabricantes, distribuidoras e varejistas de autopeças que ampliaram seus mercados e obtiveram sucesso nos últimos 12 meses.
Politicamente, 2016 talvez tenha sido o ano mais ativo do século, e um dos mais movimentados da história do Brasil como república democrática.
Houve impeachment à presidente do país, presidente da Câmara dos Deputados sendo cassado e depois preso, ex-governadores do Rio de Janeiro sendo presos. Fora os mais diversos esquemas de corrupção que foram (ou estão prestes a ser) descobertos pela Polícia Federal.
Como resposta aos políticos, duas das maiores cidades do Brasil elegeram para prefeito candidatos que não possuíam nenhum histórico eleitoral. João Doria inicia 2017 como prefeito de São Paulo, assim como Alexandre Kalil o faz em Belo Horizonte. Analistas apontam o movimento como tendência para as próximas eleições.
Janeiro
O ano de 2016 começou de forma otimista. Em janeiro ainda não eram tantos os escândalos de corrupção e se esperava que com o pacote de medidas adotadas pela equipe econômica do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o país voltasse a respirar com mais tranquilidade.
Fevereiro
No mês seguinte o otimismo foi praticamente virando a certeza de um futuro melhor. Àquela altura, a Anfavea projetava o crescimento na produção de veículos ainda para 2016. Na visão do então presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Junior, o aumento de 0,5% era um ótimo sinal de recuperação para o setor automotivo. Os números não foram confirmados ao longo do ano.
Março
O Brasil Peças fazia um levantamento sobre o aumento no número de montadoras no Brasil. Para entender o crescimento da produção de veículos no país, era essencial conhecer um pouco mais sobre o planejamento adotado pelas marcas que ampliaram ou criaram novas fábricas por aqui.
No dia 29 de março, o PMDB decidiu sair da base do governo e no dia seguinte foi acompanhado pelo PP. Com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em curso, o PT perdeu seus dois maiores apoiadores e viu o fim do governo mais próximo.
Abril
No início do segundo trimestre o setor de autopeças tinha uma guinada. Ao mesmo tempo que fornecedores diretos para montadoras sofriam, conseguiam minimizar suas perdas investindo no Aftermarket. Já os pequenos fabricantes e varejistas tentavam ser criativos para se manterem competitivos. No Brasil Peças a notícia era o crescimento nas vendas online de peças.
No dia 17 e abril a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff por 367 votos contra 137. No mesmo mês comissão foi montada para votar a aceitação do processo pelo Senado Federal.
Maio
O Brasil Peças homenageou no mês de maio os melhores distribuidores de autopeças do Rio de Janeiro e do país. Em um momento econômico delicado, a iniciativa foi manter o devido prestígio a quem se destacou em momentos adversos.
Politicamente o Brasil continuava vivendo um cenário de calamidade. Ao passo que o processo de impeachment seguia aguardando por seus prazos legais, tomava maior destaque o processo de cassação do então presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Junho
Ano fechamento do primeiro semestre de 2016 o Brasil seguia politicamente conturbado e a espera de um novo rumo economicamente. No Brasil Peças uma das principais notícias era o destaque dado pela ANFAPE – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças – à movimentação do mercado independente de autopeças. Para a entidade, mesmo em um período de crise e inflação crescente, graças às empresas do segmento de reposição os preços de peças seguiram acessíveis e justos.
Julho
O segundo semestre começou como terminou o primeiro. O país aguardava o desfecho político para projetar eventuais retomadas. A reposição, contudo, já se movimentava. Em julho aconteceu a AUTOPAR, a maior Feira Automotiva do Sul do país foi realizada em Curitiba-PR e contou, mais uma vez, com cobertura do Brasil Peças. Mais uma vez o jornal fez uma das maiores coberturas do evento que foi um sucesso.
Agosto
No setor de autopeças a notícia mais importante de agosto foi a divulgação do anuário pelo Sindipeças. O relatório que foi bem detalhado pelo Brasil Peças comprovou o que já se esperava. A queda em todos os números que envolvem o segmento. Número de trabalhadores, produção e vendas haviam caído no período estudado. Para se ter ideia, as vendas no setor haviam encolhido 8,7% puxadas principalmente pelas fornecedoras para montadoras.
Em agosto também teve início o maior evento já realizado em solo brasileiro. As Olimpíadas Rio 2016 foram um marco para o país e transcorreram sem maiores problemas.
Setembro
O mês de setembro teve uma das mais tradicionais Feiras do setor de reposição no país. A AUTOP, em Fortaleza-CE, foi um sucesso e o palco de muitos negócios produtivos entre agentes do segmento. Mais de 100 expositores tiveram a oportunidade de conviver com seus públicos no Nordeste.
Ao passo que o último dia de agosto trouxe a conclusão do impeachment de Dilma Rousseff, setembro começou com a posse de Michel Temer. Em 1º de setembro as esperanças no Brasil foram renovadas. Com nova equipe econômica, as expectativas começaram a ser mais positivas.
Outubro
O Inovar-Auto, programa iniciado em 2012 está chegando ao fim no ano que vem. Em outubro surgiram os primeiros debates mais fortes sobre o novo formato de uma eventual nova etapa do projeto. Conforme apuração do Brasil Peças, a tendência é de que haja uma maior relevância do setor de autopeças em uma nova composição.
As eleições municipais apontaram um dos últimos rumos políticos no ano. Em São Paulo e em Belo Horizonte empresários sem participação política anterior foram eleitos. Para especialistas em ciências políticas isso demonstra a consternação da sociedade com a classe e promete ser tendência para os próximos pleitos.
Novembro
Com o fim do ano se aproximando, o setor de autopeças recolhia os cacos para formar uma base mais sólida. Mas, ao que tudo indica as empresas estão seguindo à risca as lições aprendidas durante a crise que o país atravessou. NGK e ZM S.A, por exemplo, fizeram eventos para seus clientes. Enquanto a primeira realizou um torneio de futebol entre varejistas e distribuidores do Rio de Janeiro, a segunda também esteve na capital fluminense realizando uma palestra técnica para distribuidores e reparadores no salão de eventos da sede do Brasil Peças.
O ano de 2017 das autopeças também começou a ser visto com mais certeza. As previsões variaram entre crescimentos de 2,7% e 9%.
Dezembro
O último mês do ano começou com notícias promissoras envolvendo o comércio exterior. Uma carta de intenções foi assinada entre França e Brasil garantindo os esforços por acordos comerciais entre União Europeia e Mercosul para 2018. Ainda na Europa, a Itália foi mais uma a apostar no Brasil. O país realizou uma missão empresarial para estreitar os laços entre as indústrias automotivas dos dois países.
A exploração dos campos do pré-sal também começou dezembro com novidades. O presidente Michel Temer sancionou lei que desobriga a Petrobras de ser a única operadora do petróleo na camada localizada entre 5 e 7 mil metros abaixo do nível do mar. Agora, o Conselho Nacional de Política Energética dará preferência à estatal para se manifestar, num prazo de 30 dias, sobre se irá ou não participar da exploração.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a lei é muito importante para a empresa e para o Brasil. Segundo ele, cada campo de petróleo do pré-sal exige um investimento de US$ 10 bilhões e, com as dificuldades enfrentadas pela estatal, o ritmo de investimento no seria muito lento.
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