Com o momento de encolhimento nas vendas de carros no Brasil, um primeiro pensamento é o de que o consumidor, com um orçamento mais apertado, optasse por veículos mais baratos. Seguindo esta linha, haveria um destaque claro no mercado de “populares”, aqueles com motor 1.0. Mas não é bem assim que o mercado vem se comportando. Desde 2015, já há um aumento perceptível na venda de veículos premium e o que se nota agora é que as vendas de veículos com motorização baixa também apresentou queda. Nos últimos cinco anos, a participação destes modelos caiu de 50% para apenas 34% das vendas totais e a tendência é que o brasileiro busque cada vez mais potência.
Em 2010, mais da metade dos emplacamentos locais era de modelos com motorização 1.0, o equivalente a 1,350 milhão de unidades, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em 2015, essa fatia caiu para 34,5%, totalizando 733 mil veículos.
Esse posicionamento se reflete diretamente na briga por participação de mercado. A Fiat, líder pelo 14º ano consecutivo em emplacamentos totais, viu o Palio perder espaço para o Onix, da General Motors (GM), cuja versão 1.4 tem apresentado alta significativa das vendas.
Na preferência do público, a marca que vem ganhando espaço notório é a Hyundai, que no ranking de vendas totais figura no terceiro lugar com o HB20, fabricado na planta de Piracicaba (SP). O modelo de entrada da montadora caiu tão rapidamente no gosto do brasileiro que foi preciso antecipar o cronograma de início de produção em Piracicaba, em meados de 2012, para atender à crescente demanda no País.
Outra marca que vem galgando espaço no acirrado mercado de compactos é a Renault, que com o Sandero oferece mais espaço por preço atrativo. O modelo ajudou a montadora, de forma significativa, a figurar no sexto lugar do ranking de vendas totais.