Inovação nas empresas é um tema recorrente. A maioria sabe da sua importância e necessidade, mas poucas são as que conseguem efetivamente colocá-la em prática. Trabalhando com o tema há algum tempo, percebo que há vários fatores que impedem uma empresa de inovar de forma coerente com a sua realidade, de forma assertiva e periódica. Por isso, resolvi listar aqui os cinco fatores mais comuns que tendem a inibir a inovação nas empresas.
#1 Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”. A música tema da novela Gabriela, de Jorge Amado, fez muito sucesso na década de 70. A trama revela que Gabriela não conseguia se adaptar aos costumes de sua época, adotando um jeito espontâneo e até pouco rude para não se enquadrar à sociedade. Qualquer semelhança com muitos empresários atualmente não é mera coincidência. Mesmo em tempos de digitalização, muitos ainda insistem em viver como se estivessem na era das máquinas à vapor. A alegação quase sempre é: em time que está ganhando não se mexe. E assim, a inovação passa longe.
#2 Síndrome de avestruz: Outra síndrome que impede a inovação nas empresas é a de avestruz. Os líderes ficam tão imersos nas pendências que não conseguem acompanhar as tendências. Com a cabeça dentro de seu próprio “buraco”, eles não conseguem enxergar o que acontece fora da empresa e, não por acaso, muitas vezes são “atropelados” por inovações que simplesmente riscam suas empresas do mapa. Apaixonados por seus próprios produtos/serviços, eles não conseguem acompanhar as transformações do consumidor, que está sempre buscando novas formas de ter suas necessidades atendidas.
#3 Liderança imediatista: Talvez o maior inimigo da inovação nas empresas seja o bônus. Focados nos resultados de curto prazo, líderes tendem a focar nas soluções que já são conhecidas e rentáveis em vez de se aventurarem nos longos ciclos de testes e falhas que a inovação demanda. Um bom exemplo desse tipo de cultura é a Kodak. Embora nem todos saibam, foi um engenheiro da própria companhia quem criou a máquina digital. Ao apresentar aos seus líderes, virou motivo de chacota, já que o produto causaria a morte do modelo de negócios da empresa. O resto da história, você já conhece bem. Uma prova inequívoca de que quem não faz, toma!
#4 Sistema imunológico: Outro grande inimigo da inovação é o forte sistema imunológico que a grande maioria das empresas têm. Infelizmente, muitos profissionais acreditam que sucesso é manter o status quo, enquanto na verdade, o certo seria desafiar o status quo, buscando sempre novas maneiras de fazer mais com o mesmo ou até com menos. A busca pela eficiência e pela melhoria deve ser contínua. Não é possível ficar estático em um mundo dinâmico.
#5 Falta de prioridade: Mantidos falsamente seguros em sua tão aclamada zona de conforto, muitas empresas buscas desculpas batidas para não inovar. Entre as mais comuns: inovar custa caro. Experimente então o preço da obsolescência! Garanto que sai muito mais caro. Outra desculpa recorrente é a falta de tempo. Só que enquanto você fica apagando incêndios na sua empresa, pode ser que tenha um garoto nerd dentro de seu próprio quarto criando algo que vai simplesmente matar o seu negócio. Aí, nem incêndio para apagar você terá. Sua empresa já estará em ruínas. E se a sua desculpa for “faltam bons profissionais para inovar”, lembre-se que gente boa é bem treinada. Então, crie você mesmo um campo fértil para que mentes brilhantes se proliferem.
Você, líder, é o maior responsável pelo sucesso ou pelo fracasso da sua empresa. De que lado você quer estar?
Alexandre Pierro é sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar ativamente da formatação da ISO 56.002, de gestão da inovação.
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A PALAS é uma consultoria de inovação e gestão pioneira na implementação da ISO 56002. Nossa equipe participou ativamente do processo de formatação dessa norma e conquistou a primeira certificação da América Latina. Somos também a primeira consultoria certificada no Brasil. Oferecemos treinamentos, consultorias e implementação de normas ISO com o propósito de preparar as empresas para o futuro.
Por Alexandre Pierro