Dia Mundial do Meio Ambiente: Somos, segundo WWF, o 4º maior produtor de lixo no mundo, gerando 55 trilhões de quilos de resíduos por ano. Apesar de toda essa quantidade, a porcentagem do que é reaproveitado ou reciclado é de apenas 1,28% do total. Em Goiás, indústria de laticínios dá exemplo de sustentabilidade com central de reciclagem e tratamento de água que gera fertilizante para produtores rurais
Neste próximo Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), o Brasil, dentre muitos problemas ambientais, tem um desafio de peso, cerca de 55 trilhões de quilos. Essa é a quantidade de resíduos sólidos gerada por ano no país. O Brasil, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), é o quarto maior produtor de lixo no mundo. Conforme dados contabilizados entre 2018 e 2019 pelo WWF produzimos 1,15 quilo diariamente por cada habitante. Mas apesar de toda essa quantidade, a porcentagem do que é reaproveitado ou reciclado é extremamente pequena, apenas 1,28% do total.
As indústrias, em sua grande maioria, precisam tirar da natureza parte dos recursos necessários para seus processos fabris. O desafio é devolver ou reaproveitar ao máximo esses recursos e com isso impactar minimamente no meio ambiente. Um desafio que o Grupo Marajoara Alimentos tem conseguido cumprir com dois programas internos desenvolvidos em sua indústria de laticínios na cidade goiana de Hidrolândia, são eles: o tratamento das águas residuais geradas pelas fábricas, que garante um nível de eficiência na purificação superior a 90%; e uma central de reciclagem que arrecada mais de 30 toneladas por mês de papel, papelão e plástico.
Desde 2013 a Marajoara usa, para tratamento de toda água residual de seu parque industrial, um método chamado Flotação – por meio de flotador por ar dissolvido – que garante um nível de eficiência no processo de purificação superior a 90%. “Esse processo que adotamos nos garante um alto grau de pureza da água, com índices bem acima dos 60% previstos na legislação ambiental. Isso nos dá muita tranquilidade ao retornar essa água para o meio ambiente”, frisa o presidente do Grupo Marajoara, André Luiz Rodrigues Junqueira.
As impurezas retiradas da água ainda se transformam numa biomassa que é fornecida gratuitamente para produtores rurais como fertilizante. Ao todo, nesse processo de tratamento da água, são geradas cerca de 300 toneladas de adubo por mês. “Essa água residual da indústria de laticínios tem uma carga orgânica muito alta e um grande desafio é justamente encontrar um método adequado para fazer esse tratamento, em especial quando se usa uma enorme quantidade de água. Felizmente aqui na Marajoara conseguimos fazer esse processo dentro de um alto grau de eficiência e ainda geramos essa biomassa que vira fertilizantes para produtores locais”, explica o gerente de indústria da Marajoara, Antônio Júnior Vilela.
Segundo ele, são cerca de 40 mil litros de água tratados por hora, num sistema que precisa funcionar sem parar, 24 horas por dia. Toda a água que é gerada pelas fábricas da indústria Marajoara, desde aquela que sai do próprio leite, que naturalmente já é composto por mais 87% de água, até a que é usada na lavagem industrial, de máquinas e na limpeza em geral passa pelo sistema.
Central de reciclagem
Só de leite longa vida a Marajoara envasa mais de 12 mil litros por hora. Ao todo, a marca oferece mais de 10 itens em sua linha de produtos, entre leites desnatado, semidesnatado, sem lactose, creme de leite, leite condensado e achocolatado. “Todos esses processos fabris requerem vários tipos de insumos necessários para a fabricação dos nossos produtos, e isso obviamente resulta numa enormidade de embalagens que precisam ser descartadas de forma correta”, lembra André Luiz.
Por isso, o Grupo Marajoara, há seis anos, montou uma central de reciclagem onde são reunidos e separados todo o tipo de papelão, plástico e embalagens cartonadas gerados dentro da empresa. “São essencialmente embalagens geradas por fornecedores, sobras de nossa produção, resumindo tudo que sobra dos nosso processos fabris”, esclarece Antônio Júnior.
Todo o material reciclado é destinado à Copel, uma empresa em Goiânia especializada em reciclagem desses materiais. “Temos um funcionário dedicado a fazer o trabalho de separação e prensagem desse material reciclável”, explica.