Emissões veiculares em debate público – O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), criado em 1981, ainda não decidiu se dará prazo suplementar para a indústria desenvolver, testar e colocar à venda veículos com novas exigências de emissões regulamentadas. O tema é complexo porque a pandemia do Covid-19 tem atrasado os cronogramas por razões óbvias. Os prazos originais são para 2022 (L7, veículos leves) e 2023 (P8, pesados).
Anfavea confirma que pediu adiamento, mas sem sugerir por quanto tempo. China, México e Japão concordaram em postergar por até 11 meses o início de produção. No entanto, existe muita desinformação sobre como outros países enfrentaram o problema, além de no Brasil os combustíveis – gasolina, etanol e diesel – terem especificações diferentes.
Dessa vez a entidade dos fabricantes tornou público o debate por transmissão ao vivo na internet, em 15 de dezembro. E respondeu a várias questões. Os países europeus, por exemplo, agora focam nas emissões de CO2 pois os fabricantes já cumpriram as normas sobre gases controlados. No Brasil, o etanol ajuda quanto ao CO2 nos motores de ciclo Otto, além do HVO e o biodiesel, nos de ciclo Diesel.
Algumas afirmações denotam desconhecimento. “A exigência do P8 para 2023 apresenta uma folga de um ano para eventuais atrasos.” Na realidade as regulamentações para veículos com projetos novos têm um prazo e os demais veículos em produção outro, em geral um ano depois. Vários países em desenvolvimento permitem a convivência por mais tempo pela diferença de preço final do produto ao consumidor decorrente das novas regulamentações.
Inspeção veicular e renovação de frotas continuam esquecidas no Brasil. O nível de poluição cairia bastante.
• • • • • • • • • • • • • • • •
Fernando Calmon