O sindipeças divulgou, em seu relatório mais recente, números positivos referentes às Autopeças brasileiras. Com um crescimento de 12,8% no consolidado do primeiro bimestre de 2019 na comparação com igual período do ano anterior e um avanço de 15,4% no acumulado dos últimos 12 meses, o Setor volta a se aproximar dos números apresentados no período pré-crise.
Resultado traz sinais ao Setor
O momento positivo se dá mesmo em contraponto ao resultado industrial do país no período. Ainda que a indústria de transformação tenha estagnado no período (-0,2%), conforme revelou a pesquisa industrial do IBGE, esteve entre as poucas exceções, o setor automotivo, cuja produção cresceu 6,7%. A indústria de autopeças se perfilou ao ritmo dos negócios, com relativa acomodação da variação nominal do faturamento em fevereiro, haja vista a sazonalidade típica de final de ano. Aproveitando-se do crescimento da produção de veículos na passagem de janeiro para fevereiro (+29,9%) e para as demais bases de comparação (Anfavea), a receita nominal das autopeças cresceu 3,4% em relação ao mês anterior e 12,8% no acumulado até fevereiro.
As vendas para montadoras subiram 7,42% frente a janeiro e, por conseguinte, 3,69% no segmento intrassetorial. Esses resultados compensaram as quedas observadas nos demais canais de distribuição (reposição e exportação), sendo relevante observar que, além da volatilidade cambial, alguns fabricantes locais acusaram dificuldades nas vendas para o mercado americano no mês em tela.
A alta no bimestre decorre do crescimento total de 15,1% nos negócios com as montadoras. As entregas no mercado e reposição também tiveram crescimento importante, de 13,4%. As exportações, porém, aumentaram apenas 1,5% na análise em reais e recuaram 12,3% em dólares. Os números foram divulgados pelo Sindipeças, entidade que reúne fabricantes do setor.
A participação das montadoras atingiu pico de 65,4% no faturamento de fevereiro, nível mais próximo ao do período pré-crise. E a utilização da capacidade instalada no segundo mês do ano atingiu 70%, o melhor desde agosto do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, a utilização da capacidade cresceu 2,4 pontos porcentuais, enquanto o nível de emprego no setor aponta queda de 0,2% no primeiro bimestre ante igual período do ano passado, mas apresenta alta de 6,5% na variação dos últimos doze meses.
Distribuição e exportações contribuem
O incremento da receita nominal em doze meses foi de 15,4%, com destaque para a distribuição focada em montadoras (15,3%) e exportações (20,8%). O mercado intrassetorial, seguindo o bom desempenho das vendas para OEM, subiu 16,7%, enquanto a receita obtida na reposição mostrou alta de 8,7%.
A utilização da capacidade subiu 3% comparada ao resultado de janeiro. Acima da média de 2018, a utilização em fevereiro deste ano não superou o desempenho registrado em igual mês do ano passado (73%). No tocante ao emprego, houve retração de 1,10% frente a igual mês de 2018 e de 0,2% no acumulado do ano.