PAT – programa de Alimentação do trabalhador é um bom exemplo de benefícios para os dois
A relação gestor x colaborador nem sempre é a mais simples. Os dois lados geralmente têm suas queixas, e provavelmente têm até certa razão.
Pequenos contratempos, ruídos de comunicação e até a personalidade de cada um deles é o suficiente para deixar a outra parte incomodada. Quando esse desgaste é muito grande, uma coisa é certa, os dois saem sempre perdendo. Um passa a ser um colaborador menos produtivo e outro um chefe contrariado.
No mercado de reposição automotiva não é diferente. Nas grandes fábricas que produzem as autopeças a serem vendidas no aftermarket, ou nas lojas varejistas que comercializam esses produtos, “pontas soltas” entre quem manda e quem obedece não são privilégios de poucas empresas.
As fábricas e empresas maiores têm, normalmente, um setor responsável por tratar e direcionar essa relação entre o funcionário e seu superior imediato. Mas, lojas e algumas indústrias menores não contam com o famoso RH – Recursos Humanos. Para essas, o Brasil Peças deste mês entra em ação para tentar ajudar com dicas para a solução desses problemas.
O patrão, geralmente o próprio dono da loja, tem que ter sempre uma coisa na cabeça: ninguém vai querer mais o bem da empresa do que ele mesmo. Tendo isso em mente, tem que tomar atitudes que visem o melhor resultado para o seu negócio.
Existem diversas formas de conflitos que podem acontecer entre o funcionário e o patrão. Algumas podem ser evitados e corrigidos, como é o caso, por exemplo, de atrasos e faltas não justificadas, falta de atenção e dedicação durante o expediente. Já outras, fazem parte do imponderável. Faltas e atrasos com boas justificativas e comprovação, problemas pessoais graves, desde que sejam temporários, são contratempos inevitáveis.
O Manual de responsabilidade social para micro e pequenas empresas, material elaborado pelo SEBRAE, fala sobre a relação da produtividade do funcionário com a satisfação dele no ambiente de trabalho.
Mas, muitos patrões ao ouvirem isso já imaginam que o único agrado que cabe ao colaborador é a certeza de um salário ao fim do mês. Por isso, a cartilha faz questão de explicar que tornar o trabalho atrativo e ser bom para o empregado, está longe de ser a mesma coisa que ser permissivo, dar regalias e aceitar tudo que o funcionário quer.
E a mesma lógica é encontrada no sentido contrário. Há funcionários que não gostam de seus trabalhos por terem um patrão que cobra demais, como se fosse isso fosse errado. Uma boa ideia, para alcançar o meio termo seja você Empregador ou Empregado, é dar uma olhada nesses três passos que o Brasil Peças destaca para você acertar a mão no relacionamento Empresa x Funcionário:
Contratação
Patrão – Um passo fundamental para você acertar na equipe que vai montar para sua empresa é acertar na hora da contratação de um novo empregado. Por isso, indicações devem ser de pessoas de confiança e que tenham trabalhado com o profissional. A análise do currículo deve ser minuciosa. Você não pode se deslumbrar com as experiências do profissional, tem que ver se elas atendem o que a vaga requer. Outro ponto importante é a utilização dos três meses de experiência. Esse tempo é importante para identificar as características do profissional e se elas são as que deseja. Caso não sejam, não empurre com a barriga, a troca será necessária agora ou mais para frente.
Funcionário – A vantagem de se fazer um processo seletivo para uma empresa pequena, especialmente lojas de autopeças, é que se tem, normalmente, a oportunidade de conhecer o dono da empresa e dar uma visualizada na operação. É a hora perfeita para você tentar identificar se atende ao seu perfil e características.
Transparência e Profissionalismo
Patrão – A forma de como se lida com problemas pode ser fundamental na sua relação com seus funcionários. O ideal é que havendo algum ruído ou algum potencial conflito, você o chame para uma conversa onde serão colocados os pontos dos dois lados. É fundamental que não esteja fechado para os argumentos de seu colaborador, as vezes pode ter passado algo desapercebido.
Funcionário – Pode parecer intimidador falar o que pensa do chefe, mas, havendo algum problema que você veja que tem resolução, o mais correto é apresentar seus pontos. Procure sempre conversar em particular e, é claro, veja se seu patrão é do tipo que levaria essa conversa na boa.
Funcionário motivado, trabalho dobrado
Patrão – Motivar seu funcionário não tem necessariamente a ver com o salário muito acima da média e bonificações em dinheiro todos os meses. A forma mais eficiente de motivar seu colaborador é mostrando que a empresa está fazendo por ele o máximo que pode. Seja flexível dentro de um limite tolerável e aposte no crescimento do seu funcionário. Um curso de qualificação, uma folga inesperada e um elogio são formas não tão caras de elevar o moral de seus empregados. O profissional que se sente amparado pela empresa tende a buscar menos outras vagas e a valorizar mais seu emprego. Lembre-se, é fundamental que invista nos que você vê que valem a pena, porque senão, acaba desmotivando quem está motivado.
Funcionário – O bom profissional é aquele que sabe que tem seu papel a cumprir e é pago no fim do mês para isso. Mas, às vezes, inconscientemente, o desempenho acaba caindo. Mas, quando isso acontecer você tem que ponderar se as condições que a empresa está te oferecendo não são as melhores. Em último caso, o melhor a fazer é pedir para sair. Mas lembre-se: na hora de mudar de emprego, não leve em conta somente a parte financeira. É preciso ponderar a qualidade de vida, o ambiente e o crescimento profissional que você tem no seu atual trabalho.
Programa de Alimentação do trabalhador – Conheça o PAT
Há algumas formas de dar benefícios para o funcionário e ao mesmo tempo se beneficiar. O melhor exemplo é o PAT. O Programa de Alimentação do Trabalhador, é uma das ferramentas utilizadas pelos empresários para diminuir a carga tributária das pessoas jurídicas que não são optantes do SIMPLES, ou seja, a razão social da empresa tem que ser LTDA ou S.A.
O programa consiste basicamente em oferecer ao funcionário a refeição e cesta básica, seja no local ou com vale refeição/alimentação, o que muitos já fazem, mas tendo como retorno o valor descontado no imposto de renda. Poucos ainda tem esse conhecimento por falta de uma orientação técnica que trate diretamente do programa que oferece proporcionalmente uma redução no imposto de renda.
Vantagens para a empresa
Isenção de encargos sociais (INSS, FGTS, entre outros) sobre o valor do benefício.
As empresas que declaram Imposto de Renda pelo lucro real podem contar com a dedução do incentivo fiscal por refeição cedida ou cesta básica mensal, limitada a 4% do imposto devido. Incentivo fiscal sobre despesa com a alimentação dos trabalhadores. (Fale com o seu contador)
Requisitos
Deve-se buscar uma empresa fornecedora do PAT, ou seja, que prepara e comercializa a alimentação para outras empresas, ou uma empresa prestadora de serviços de alimentação coletiva, ou venda cestas básicas ou que administra documentos de legitimação na forma de cartões eletrônicos/magnéticos para aquisição de gêneros alimentícios com empresas que forneçam as cestas de alimentos ou para refeições em restaurantes.
A inscrição no PAT é gratuita e o cadastro da empresa é feito através do site: www.mte.gov.br/sistemas/pat
Após aderir ao programa, a empresa é obrigada a prestar informações anualmente ao MTE, por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), conforme art. 2º, § 3º da Portaria nº 03/2002.