Coluna Fernando Calmon nº 1.194 — 29/3/22
GNV fica competitivo – Sempre que há um reajuste mais forte nos combustíveis para automóveis (gasolina e etanol), como ocorre agora, aumenta a procura por kits de gás natural veicular. Não se trata propriamente de uma conversão porque não há mudanças de grande extensão nos motores a gasolina ou flex. Por outro lado, há necessidade de respeitar as normas técnicas e seguir toda a legislação para uma instalação segura.
O cálculo para saber se vale a pena o investimento depende da quilometragem anual percorrida. No caso de táxis e carros de aplicativo que costumam rodar 50.000 km/ano a economia chega a R$ 15.000 em 12 meses: uma vantagem financeira de peso.
Quanto aos demais motoristas é preciso fazer contas. Um kit GNV instalado e legalizado custa hoje em torno de R$ 5.000 e cada inspeção anual, R$ 300. Há ainda uma inspeção especial a cada cinco anos. Trata-se de um teste hidrostático para avaliar a integridade do cilindro e o preço fica em torno de R$ 350. Em relação aos incentivos, há um desconto de 62% no IPVA, no Estado do Rio de Janeiro, mas no Estado de São Paulo é bem menor, 25%, semelhante a outros Estados.
Aos preços médios atuais do GNV, em torno de R$ 5,00/m³, os vendedores de kit GNV estimam que é vantajoso a instalação para quem roda em torno de 25.000 km/ano. Não se trata de regra exata, pois há outros custos envolvidos. O peso adicional dos cilindros reflete na durabilidade de pneus, molas e amortecedores e isso precisa ser levado em conta.
Na venda do carro usado há uma tendência de desvalorização maior, quando o cilindro é retirado para colocação em outro veículo. Os furos de fixação na estrutura ficam e os lojistas de veículos usados costumam depreciar.
Outro problema é o número elevado de carros sem regularização, segundo a Associação Nacional dos Organismos de Inspeção. Pesquisa feita nos 37 maiores postos de GNV na Grande São Paulo indica que 70% dos 3.000 veículos que abasteciam não tinham registro no Renavam. A checagem obrigatória não ocorre em muitos casos porque a inspeção avalia o veículo como um todo e quem tem alguma pendência teme ser reprovado.
Na medida que esses veículos envelhecem os riscos de explosão ao abastecer aumentam, se as inspeções deixarem de ser feitas.
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