Na edição de clássicos deste mês, o Brasil Peças fala de uma versão de um dos carros mais vendidos no Brasil em todos os tempos. Líder de vendas durante décadas – perdeu o posto em 2014 após incríveis 27 anos de hegemonia, o Volkswagen Gol, ainda conta com seus momentos de glória, mas teve, sem dúvidas, um modelo que habitou o imaginário de seus amantes mais empolgados: o GTi. O esportivo completou já é um trintão e traremos curiosidades e fatos sobre esse possante.
O primeiro modelo com injeção eletrônica no Brasil
Ele chegou para abrir um novo capítulo na indústria automobilística nacional. Há 31 anos, no Salão do Automóvel de 1988, a Volkswagen apresentou o Gol GTi. O “i” minúsculo identificava a presença da injeção eletrônica, e o GTi era o primeiro automóvel nacional a vir equipado com ela.
Sucesso imediato. O Gol com injeção vinha num exclusivo azul-marinho, oficialmente azul Mônaco, que contrastava com o prata na parte inferior da carroceria. Na primeira fornada,
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para 1989, só saíram 2.000 unidades. Por fora, o visual reforçava a exclusividade com capricho. A caracterização esportiva era composta por faróis auxiliares na dianteira, aerofólio na traseira e rodas emprestadas do Gol GTS. Apesar de chamar a atenção visualmente, o ponto alto estava embaixo do capô.
Gol GTi 1989.
O motor do Santana garantiu a empolgação na prova de desempenho: alcançando 174 km/h e fazendo 0 a 100 km/h em 10,4 segundos, o GTi tornava-se o mais rápido carro nacional, desbancando até mesmo o todo-poderoso Opala de seis cilindros, que tinha o dobro de cilindrada.
Cabe a menção ao pioneirismo do modelo, o primeiro no Brasil equipado com injeção eletrônica, apesar de chegar ao Brasil com atraso em relação aos países desenvolvidos. O sistema fornecido pela Bosch era o LE-Jetronic, analógico. Países desenvolvidos já contavam com sistemas digitais, mais modernos.
O primeiro GTi era rápido, gostoso de dirigir e econômico. Nele, o motor AP-2000 rendia 120 cv e tinha torque de 18,3 mkgf. Eram números bem superiores aos do GTS 1.8 (99 cv e 14,9 mkgf). Para segurar tanto ímpeto, o GTi foi o primeiro Volkswagen com discos de freio ventilados na dianteira.
GTI bolinha
O GTi continuou com seu carisma na década de 90. Com a estreia do redesenhado Gol Bolinha para 1995, o GTS foi aposentado. O GTI (agora com i maiúsculo) ganhou injeção multiponto digital, que melhorou o consumo, mas no visual perdeu a personalidade marcante da primeira geração.
O esportivo ainda recebeu um motor 2.0 alemão, com 16 válvulas e 141 cv. Voou na pista e passou dos 200 km/h. Assim ele avançou até o fim dos anos 90. Foi reestilizado em 1999, mas durou pouco.
Com as importações liberadas, o mercado foi invadido por esportivos mais atraentes nos anos 90. A injeção foi ficando trivial. Em 2001 o primeiro modelo brasileiro com injeção eletrônica deu adeus.
Gol GTI Bolinha.