O faturamento das indústria de autopeças, sem ajuste sazonal, atingiu números superiores a igual período de 2017. O último balanço divulgado pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), em maio, referente ao primeiro trimestre, apontou crescimento de 23,8% em comparação ao ano passado – melhor resultado nominal desde 2010. Em termos reais, no entanto, o faturamento do primeiro trimestre se coloca na sexta posição, superando apenas os resultados dos primeiros trimestres de 2015, 2016 e 2017.
A variação do faturamento nominal no trimestre atingiu dois dígitos em todos os canais de comercialização. Para as montadoras, as vendas acumularam alta de 24,2%, enquanto nas exportações subiram 34,0%, mensuradas em reais, e 29,8% em dólares. A recente crise cambial na Argentina afetará os números do setor a partir de maio, por causa do impacto que trará para as exportações. Por sua vez, se a desvalorização do Real perdurar, oferecerá estímulos adicionais às exportações de autopeças brasileiras, principalmente, para América Latina, Estados Unidos e Europa. Quando o foco é o mercado de reposição, o crescimento das vendas foi de 14,7% em comparação a igual período de 2017 e as operações entre empresas do setor atingiu 10,9%.
Na passagem de fevereiro para março, o faturamento nominal das autopeças avançou 16,9%, após queda de 5,3% em fevereiro. O crescimento foi mais forte no canal de reposição, com alta de 23,1%, embora os negócios com as montadoras também tenha evoluído positivamente, 18,3%. As vendas intrassetoriais subiram 16,4%, seguidas pelas exportações que cresceram 8,1%, em reais, e 6,9% quando valoradas em moeda americana. O maior número de dias úteis no terceiro mês do ano foi um dos fatores que influenciou a melhora dos resultados na passagem mensal.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada observou queda de dois pontos percentuais em março, mas se manteve acima dos 70%. O emprego voltou a crescer na passagem mensal (0,25%) e houve incremento de 8,7% em relação ao primeiro trimestre de 2017.
Entre as razões que explicam a recuperação da atividade do setor, é possível destacar a retomada da confiança dos agentes econômicos, redução da taxa de juros, baixa inflação e melhoria da renda real, que têm proporcionado um ambiente mais virtuoso para a expansão do crédito. Para a aquisição de novos veículos, segundo o Banco Central, as concessões às pessoas jurídicas subiram 87% em relação ao primeiro trimestre de 2017 e para as pessoas físicas, 21,3%. E o percentual da carteira com atraso caiu para 4,9% em março, no caso das pessoas jurídicas (PJ), e 6,91%, no caso das pessoas físicas (PF).
Exportações também crescem
Os embarques brasileiros de autopeças no primeiro trimestre deste ano somaram US$ 1,9 bilhão, 20,5% mais que em iguais meses de 2017, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços consolidados pelo Sindipeças. As importações cresceram menos, 12,5%, e totalizaram US$ 3,5 bilhões. Com esses resultados, o déficit comercial do País em autopeças no período chegou a US$ 1,6 bilhão, 4,2% superior ao de igual período do ano passado. A Argentina manteve-se no primeiro lugar na lista de 169 destinos de nossas exportações e a China, o topo no ranking de origem das importações, vindas de 147 mercados.