A notícia parecia boa demais: corte no percentual das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de até 25%, a partir de 1º de março.
Carga fiscal sobre automóveis no Brasil é a maior do mundo. Um modelo com motor acima de 2 litros a gasolina, por exemplo, tem que recolher ao sair da fábrica 25% de IPI e 11,6% de PIS/Cofins (impostos federais), mais 12% de ICMS (imposto estadual). Isso alcança 36% do preço sugerido em tabela. Ainda há o IPVA de 4%, divido entre Estado e município. Em números aproximados são quase 70% de diferença entre o carro com e sem impostos. Em comparação, nos EUA o mesmo cálculo aponta para 9% e na média da Europa, 22%.
No entanto, no caso de veículos a redução no percentual da alíquota do IPI foi de 18,5% e não de 25%. Claro que imposto menor é sempre bem-vindo. Espera-se que todos os fabricantes e importadores repassem ao consumidor a diferença. Não se anime muito, pois houve um ganho modesto. Solicitei à Bright Consulting uma estimativa como simples referência.
Motores até 1 litro de cilindrada: IPI de 7% para 5,7%. Preço final: menos 1,2%.
De 1 até 2 litros (gasolina): IPI de 13% para 10,6%. Preço final: menos 2,1%.
De 1 até 2 litros (etanol): IPI de 11% para 8,9%. Preço final: menos 1,8%.
Acima de 2 litros (gasolina): IPI de 25% para 20,4%. Preço final: menos 3,7%.
Acima de 2 litros (etanol): IPI de 18% para 14,7%. Preço final: menos 2,8%.
Hoje, 48% dos carros vendidos têm motores de até 1 litro e 50% entre 1 e 2 litros. Apenas 2%, acima de 2 litros.
Fernando Calmon