O faturamento das empresas de autopeças cresceu 26,2% de janeiro a abril sobre o mesmo período do ano passado. Segundo o Sindipeças, entidade que reúne fabricantes do setor, este foi o melhor primeiro quadrimestre desde 2013 tanto em valor como em taxa de crescimento.
O fornecimento às montadoras cresceu 20,7% no acumulado do ano e todos os outros canais de vendas registraram altas de dois dígitos no faturamento.
As exportações avançaram 35,2% quando medidas em reais e 29,3% em dólares. O Sindipeças ressalta que que a crise cambial e financeira na Argentina (para onde vão mais de 25% das autopeças brasileiras, veja aqui) deve provocar a retração dos embarques nos próximos meses, mas recorda também que a desvalorização mais forte do real entre abril e maio pode servir de estímulo para os negócios com outros países latino-americanos e também com os Estados Unidos e a Europa.
Como consequência da queda de vendas de veículos zero-quilômetro nos anos recentes, as vendas de autopeças para o mercado de reposição mantêm bom fôlego e registraram alta de 17,2% de janeiro a abril sobre iguais meses de 2017. A reposição é a terceira maior fonte de receita do setor, com mais de 15% do faturamento mensal.
Empregos no Setor crescem 8,8%
De acordo com o Sindipeças, os empregos no setor de Autopeças cresceram 8,8% no acumulado até abril sobre os quatro primeiros meses de 2017. A utilização da capacidade instalada medida mensalmente teve ligeiro recuo de 73% em fevereiro para 70% em abril “por conta de um ritmo de atividade mais brando”, de acordo com a entidade, mas não impediu o avanço dos empregos.
Balança comercial de autopeças atinge déficit de US$ 2,15 bilhões
A balança comercial de autopeças acumulou de janeiro a abril um déficit de US$ 2,15 bilhões. O valor é 15,2% maior que o registrado nos mesmos quatro meses do ano passado. As importações totalizaram US$ 4,72 bilhões no período e cresceram 18% na comparação interanual.
As vendas externas avançaram mais, 20,4%, mas o total exportado de US$ 2,57 bilhões não impediu o aumento do déficit. Os números foram divulgados pelo Sindipeças, entidade que reúne fabricantes do setor de autopeças.
Em seu estudo, o Sindipeças mostra que a desvalorização do real favorece as exportações, mas mesmo assim o déficit se acentua como consequência do crescimento da produção nacional de veículos, que no primeiro quadrimestre registrava alta de 20,7%.
A China permanece como maior fornecedor e enviou ao Brasil US$ 588,5 milhões em componentes, o que representa 12,5% de participação em todas as compras. A Alemanha mantém o segundo lugar, com US$ 552,4 milhões. Esse valor é 40,2% maior que o anotado nos primeiros quatro meses do ano passado. Os Estados Unidos acompanham de perto a Alemanha, com US$ 521,6 milhões em autopeças vendidas ao Brasil.
A Argentina, principal destino dos componentes brasileiros, absorveu no primeiro quadrimestre US$ 800,2 milhões, o que equivale a mais de um quarto (25,4%) de todas as exportações do período. O segundo maior destino são os Estados Unidos, com US$ 464,8 milhões, ou 18,1% do total de embarques.
Chama a atenção o crescimento dos embarques para Angola. Embora pouco expressivos (US$ 16,7 milhões, menos de 1% do total), anotaram alta de mais de 800% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. A exportação de carrocerias para fabricação de tratores, comerciais leves e outros itens para transporte de mercadorias motivou essa alta expressiva, segundo o Sindipeças.
Fonte: AB News