Mercado Nacional – O Sindipeças – Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – divulgou o resultado de sua pesquisa conjuntural com os resultados finais do último ano.
O estudo, cercado de expectativa, confirmou os números que o mercado aguardava e o crescimento justificou o otimismo do Setor. Ainda tendo que falar na recessão enfrentada pela economia brasileira e que trouxe danos estruturais às indústrias automotiva e de componentes, a expansão na casa de dois dígitos, na comparação com o período anterior, foi uma recompensa esperada.
As vendas da indústria de autopeças – extraídas da amostra de empresas da Pesquisa Conjuntural do Sindipeças – encerraram 2018 com expansão de 17,4% em comparação ao ano precedente. Ainda que moderadamente inferior ao que fora registrado em 2017, quando o faturamento nominal avançou 22,2%, há de se considerar a mudança de cenário. A comparação não veio sobre uma base tão deprimida.
Mercado interno e volume pré-crise
A atividade em 2018 beneficiou-se da recuperação do mercado interno e do bom desempenho das exportações que, a despeito da crise na Argentina, alcançou diversificação de mercados e maior volume de transações com OEM e revendedores de mercados tradicionais (ver relatório da Balança Comercial);
Ao final do biênio 2017-2018, o faturamento corrente da indústria de autopeças retornou ao patamar pré-crise, totalizando crescimento acumulado de 42,7% no período em oposição à queda de quase 26% observada entre 2014 e 2016;
Em dezembro, devido a fatores sazonais, os negócios costumam ser mais fracos, o que justificaria as variações negativas por canal de vendas e a elevação da ociosidade do setor para o patamar de 39%. No acumulado do ano, entretanto, os resultados foram sólidos, contabilizando-se crescimento em todos os canais de distribuição.
Destaque para Exportações em reais (26,5%), beneficiada pela valorização do dólar, e Montadoras (17,4%), cujo desempenho esteve atrelado ao movimento interno mais forte. Com o aquecimento das vendas de veículos novos, o mercado de reposição;
O número de empregados na indústria de autopeças cresceu 3,2% em 2018, tomando-se por base a amostra de empresas utilizada na Pesquisa Conjuntural.
Mercado Nacional – Balança Comercial segue deficitária
Se o mercado interno vem demonstrando força, a balança comercial de autopeças ainda apresenta problemas. Sofrendo com o cenário econômico e político de seu maior comprador, a Argentina, fechou 2018 com déficit de US$ 5,6 bilhões, valor 5,6% mais alto que o registrado em 2017.
As importações somaram US$ 13,5 bilhões e cresceram 6,1% como consequência do aumento (de 6,7%) da produção nacional de veículos. As exportações totalizaram US$ 7,9 bilhões e cresceram 6,4%.
As vendas externas foram afetadas na segunda metade de 2018 pela retração do mercado argentino, maior comprador das autopeças brasileiras. Os embarques ao país vizinho caíram 9,5% em relação a 2017.
O resultado anual fez a participação relativa da Argentina recuar de 30,3% em 2017 para 25,7% em 2018. Os números foram divulgados pelo Sindipeças, entidade que reúne fabricantes do setor.