Peça deve ser verificada junto com as velas a cada 10 mil quilômetros, anualmente ou conforme orientação da montadora
Responsável por transformar a tensão da bateria – que geralmente varia entre 12 e 14 volts – em alta tensão, a bobina de ignição é um componente fundamental para o funcionamento do motor. Isso porque a corrente elétrica é conduzida pelos cabos de ignição ou diretamente pelas bobinas até as velas e transformada em uma centelha elétrica, que dá início à reação de queima da mistura ar/combustível.
De acordo com a NGK – multinacional japonesa fabricante e especialista em velas, bobinas e cabos de ignição –, o componente de alta tecnologia pode ter a vida abreviada pela falta de manutenção do sistema. “Velas desgastadas são a principal causa de falhas nas bobinas, porque exigem maior tensão para gerar a centelha, o que provoca uma sobrecarga em todo o sistema de ignição, inclusive nas bobinas e nos cabos”, explica Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK do Brasil.
Nos veículos antigos, o principal problema de ignição era gerado pela carbonização das velas, que provocava falhas, dificuldade de partida e aumento de consumo. Com a evolução dos sistemas de injeção de combustível, as velas não carbonizam com tanta facilidade. “Assim, o motor funciona com as velas desgastadas, o que eleva a tensão de centelhamento até a ocorrência de danos nas bobinas. Por esse motivo, é importante realizar a manutenção periódica do sistema de ignição”, orienta Mori.
O especialista da NGK explica que as bobinas precisam ser checadas em toda revisão das velas, que deve ser realizada a cada 10 mil quilômetros, anualmente ou conforme orientação da montadora para garantir o bom funcionamento do motor. “Sempre que realizar a inspeção das velas, o motorista deve checar também as condições dos cabos e das bobinas de ignição para garantir que todo o sistema está trabalhando de forma adequada”, enfatiza.
A revisão das bobinas deve ser realizada em duas etapas. Na primeira, é feita uma checagem visual para detectar trincas e rachaduras no corpo da peça e oxidações nas torres de alta tensão e nos terminais. Já na segunda etapa é realizada uma medição da resistência do circuito primário e secundário da bobina, da tensão de alimentação, corrente de alimentação, sinal de comando e sinal de resposta. “Bobinas que têm o módulo de ignição integrado não realizam o teste de resistência”, aponta.
Outro fator importante a ser observado é a temperatura de trabalho do motor, uma vez que muitas bobinas são instaladas nele. “Quando a temperatura de trabalho na região das bobinas é muito alta, ocorre uma degradação da resina de isolamento elétrico das bobinas, o que também pode provocar danos à peça, portanto é fundamental observar o sistema de arrefecimento, responsável pela refrigeração do motor, identificar se há falta de defletores de calor (chapas de metal que têm a função de deflexão do calor) e checar se há obstrução no sistema de escapamento”, explica Hiromori Mori.
Sobre a NGK
Fundada em 1936, em Nagoya, no Japão, a NGK é a maior fabricante e especialista mundial em velas de ignição, com forte presença em todos os continentes. No Brasil, a empresa atua há mais de 60 anos, conta com aproximadamente 1.300 funcionários e tem uma fábrica com cerca de 625 mil metros quadrados em Mogi das Cruzes (SP). A empresa – detentora das marcas NGK (componentes automotivos), NTK (sensores e ferramentas de corte), Belamari e Super NGK (revestimentos porcelanizados) – disponibiliza em seu site dezenas de opções de cursos online para mecânicos e aplicadores de produtos. Para mais informações, acesse: http://www.ngkntk.com.br/.