Após as poucas mudanças ocorridas na condução política monetária, o Banco Central (BC) manteve a Selic em 6,5%. O anúncio ocorre depois do primeiro ciclo de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) comandado pelo novo presidente do BC, Roberto Campos Neto. A taxa está nesse patamar desde o fim do ciclo de quedas, em março de 2018.
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a medida foi acertada e demonstra que a instituição é independente do governo, é um órgão do Estado. Conforme a Federação havia previsto, a manutenção é justificada pela inflação mais controlada, mas, por outro lado, sem espaço para redução de juros no ambiente de câmbio ainda volátil e restando muitas incertezas políticas.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses é menor do que 4%, e o projetado está abaixo desse patamar, fora da zona de risco. Os juros americanos também estão menores do que era esperado, o que não deve pressionar os preços.
A expectativa da FecomercioSP é que, no médio prazo, com as reformas encaminhas e aprovadas, o País passe por um ajuste fiscal, resultando em queda dos juros e recuperações de emprego, renda, consumo e produção, mas isso só deve ocorrer no segundo semestre. Contudo, também vai depender da condução política e da relação entre Executivo e o Congresso Nacional.