Produção de veículos em 2020 – A guerra comercial entre China e Estados Unidos e a crise econômica argentina não evitarão que a produção brasileira de veículos cresça em 2019 e, no mínimo, repita o desempenho no ano que vem. Essa pelo menos é a opinião de Fabrício Biondo, vice-presidente da Anfavea, e de George Rugitsky, conselheiro de Economia do Sindipeças, que participaram do Workshop Planejamento Automotivo 2020, em São Paulo.
No início do ano, a Anfavea estimou crescimento da produção da ordem de 9% em 2019. Até julho, porém, o avanço foi de 4%. A manutenção do índice agora chama a atenção já que o quadro econômico internacional tornou-se mais desfavorável no transcorrer dos últimos meses com o agravamento da crise na Argentina e, sobretudo, a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Biondo justifica a expectativa positiva do setor com o encaminhamento da Reforma da Previdência e o início de discussão da Reforma Tributária. Segundo ele, fatores que geram um “otimismo moderado”. “Apesar dos problemas nas exportações que devem recuar 28% no ano, por conta da queda de 50% do mercado argentino”, pondera o vice-presidente da Anfavea.
Rugitsky concorda e entende que, mesmo com desaceleração da economia mundial, o Brasil estará mais bem preparado que boa parte dos países emergentes no curto prazo: “Temos bala na agulha. As reformas soltarão o freio de mão da economia e devemos ver uma reação até o fim do ano”.
Esse cenário faz com que o dirigente do Sindipeças demonstre até convicção quanto à melhora da economia brasileira a partir de 2020, apesar do cenário externo instável. “Não acredito que nosso crescimento esteja em risco, ele seria até maior se a economia mundial estivesse melhor”, diz Rugitsky.
As regras e exigências do Rota 2030 casadas com a recente assinatura do acordo comercial com a União Europeia são vistos por Biondo e Rugitsky como desafios que poderão resultar em uma grande oportunidade para a indústria automotiva brasileira.
Fonte: autoindustria