O Mercosul busca alternativas para, enfim, fechar um acordo que vem sendo negociado há duas décadas com a União Europeia (UE). Para facilitar as negociações, o bloco sul-americano já admite criar uma cota de importação temporária para automóveis europeus com a tarifa reduzida de 35% para 17,5%. Brasil e Argentina, donos das maiores indústrias do continente, seriam os mais afetados, podendo sofrer forte oposição de suas indústrias automobilísticas.
A expectativa do bloco sul-americano é que saia um acordo, mesmo que menos ambicioso do que se pretende atualmente, até o fim deste ano. Apesar de avanços na parte de acesso a mercados, ainda há divergências quanto aos automóveis e em relação a temas como transportes marítimos, açúcar e etanol, indicações geográficas e produtos lácteos.
Espera-se uma nova reunião entre representantes dos dois blocos agora no mês de julho, em Bruxelas (Bélgica), sede da UE.
Queixas Sobre Negociação
Essa aparente falta de disposição levou Uruguai e Argentina a se queixarem abertamente das negociações com a UE e a propor que o Mercosul passe a trabalhar em um acordo comercial com a China. Um argumento é que, com a guerra comercial entre Washington e Pequim, abre-se uma oportunidade única para o aumento das exportações para o país asiático.