Cada vez mais a reputação corporativa é encarada como um valioso ativo intangível de qualquer organização. A necessidade de atender a exigentes legislações de compliance e, ao mesmo tempo, aos diversos stakeholders (clientes, funcionários, fornecedores, acionistas etc), faz com que as empresas busquem mecanismos eficientes para gerenciar suas informações relativas às esferas ambiental, social e de governança (conhecidas como ESG, em inglês). Mas a aplicação de boas práticas, alinhadas com princípios da sustentabilidade corporativa, também pode ter um impacto positivo nos lucros da empresa – em ganhos reputacionais, pela adoção de práticas que permitam reduzir custos, ou mesmo pela prevenção de riscos.
Na avaliação do co-diretor do Center of Business and the Environment da Universidade de Yale, Todd Court, as empresas foram levadas a adotar meios mais sofisticados de acompanhar seu desempenho em ESG por conta da pressão social – dos stakeholders ou da legislação. “Houve uma dramática virada nos últimos dez anos. Hoje, os investidores assumiram a posição de vanguarda em pedir às companhias – independentemente de terem ou não ações negociadas – para divulgarem seus dados de ESG. Estima-se que algo entre 25% e 30% de todos os ativos globais administrados integrem algum tipo de informação de ESG em suas decisões de investimentos”, afirma.
Esta crescente conscientização do mundo corporativo pela necessidade de divulgar seus dados de desempenho é uma realidade, de acordo com o diretor-gerente da ESG Compass, Rodrigo Castro. “Deve-se considerar a governança corporativa em duas etapas complementares. Uma é a aplicação de boas práticas de sustentabilidade, como as preconizadas por instituições como o Dow Jones Sustainability Index (DJSI), o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, ou a Global Reporting Initiative (GRI). Mas é necessário também rastrear o comportamento da companhia internamente, até como uma maneira de prevenir possíveis riscos”, afirma.
A ESG Compass reúne esse tipo de informação comportamental, recolhida dos stakeholders das empresas, com uma metodologia criada sob a supervisão da Universidade de Yale, além de especialistas e ex-executivos do Banco Mundial. “Esse rastreamento permite mudar a cultura da empresa, desincentivando a prática de fraudes, por exemplo”, acrescenta Castro.