Tecnologia puxa indústria – O PIB industrial brasileiro já acumula dois trimestres consecutivos de retração. O setor foi o principal responsável pelo recuo na atividade econômica no primeiro trimestre do ano.
Embora alguns fatores pontuais tenham contribuído para o resultado global, a perda registrada pelo setor industrial mais sofisticado sinaliza a possibilidade de um quadro mais grave adiante, segundo um estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
Na indústria de transformação, o mau desempenho foi puxado pelo parque fabril de alta intensidade tecnológica, que possui maior produtividade e elevado encadeamento com outros segmentos da economia.
A produção desse segmento despencou 12,5% no primeiro trimestre de 2019 em relação a igual período do ano anterior, depois de já ter registrado uma queda de 1,5% no quarto trimestre de 2018.
Nenhum ramo industrial da faixa de alta intensidade tecnológica conseguiu crescer em 2019. O segmento ainda convive com o avanço da penetração de insumos importados, com risco de desarticulação dessas cadeias produtivas.
“Essas atividades são a porta de entrada para as novas tecnologias, é importante que resistam, para assegurar o papel que o Brasil ainda desempenha no mundo.
Esse setor de alta intensidade entrar em crise é fechar uma janela, significa que nossos problemas de competitividade e produtividade ficarão ainda maiores”,explicou Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi e responsável pelo estudo.