O varejo chegou ao 4º mês consecutivo em queda e confirmou as projeções negativas para o fim de 2016.
A piora no emprego e na renda manteve os consumidores afastados das compras e como consequência, o varejo voltou a registrar perdas na passagem de setembro para outubro, data do último levantamento publicado. O volume vendido recuou 0,8%, o quarto resultado negativo consecutivo, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mau desempenho confirma as expectativas de uma nova retração no PIB brasileiro no quarto trimestre do ano, dizem analistas. Diante de um cenário mais complicado que o previsto anteriormente, a recuperação do comércio pode ter início apenas no segundo semestre de 2017, alertou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Ainda é cedo para dizer. O mercado de trabalho ainda vai mostrar sinais de fragilidade. A tendência é estancar essa sangria de demissões no segundo semestre e começar a se estabilizar. Daí o comércio pode começar a mostrar sinais mais positivos, uma leve melhora”, explicou o economista Bruno Fernandes, da CNC.
Só a retomada da confiança deve impulsionar o consumo, o que deve acontecer apenas quando houver dissipação nas incertezas políticas, na avaliação da economia Jessica Stras-brug, da CM Capital Markets.
“A crise política deteriora a confiança. Para esse fim de ano, não vejo melhora”, disse Jessica. “Preços (mais baixos) ajudam, mas não é o que irá determinar. É preciso emprego e confiança também”, completou.
Em outubro, os prejuízos ficaram mais concentrados nas atividades de supermercados e combustíveis, afetados por reajustes de preços elevados. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada em 12 meses encerrou outubro em 7,9%, enquanto os aumentos acumulados pela alimentação no domicílio alcançaram 14,8%. Os combustíveis ficaram 7,0% mais caros no período.
Será que este cenário já melhorou? Temos a previsão para 2018?