Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a alta de 1,7% nas vendas do varejo nacional restrito em abril, frente ao mesmo mês do ano passado, conforme divulgou o IBGE em relatório disponibilizado em junho, indicam que o setor se recupera em ritmo ainda bastante lento, abaixo das expectativas.
“A variação mensal é pouco relevante nesse momento porque produz muitas distorções em função das datas móveis. Mas, mesmo na variação interanual, o ritmo de crescimento é bastante lento e insuficiente para fazer a economia crescer. Essa lentidão é resultado de uma queda da confiança do consumidor – que havia crescido no início do ano – e do desemprego ainda alto. O consumo cresce menos do que a massa salarial, indicando que o brasileiro está com receio de gastar”, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Ao se analisar o perfil das vendas de abril, Solimeo detecta uma possível mudança no gosto e preferência do consumidor. “As vendas de roupas e calçados sempre registraram avanços e, agora, têm recuado. Era o segmento que, depois de supermercados, sempre crescia um pouco. Ao mesmo tempo, os artigos de uso pessoal têm se destacado: foi o ramo que mais cresceu em abril (13,4%) sobre igual mês de 2018 e no acumulado dos 12 meses”, finaliza o economista.