Há 14 anos a participação das vendas diretas no mercado interno de automóveis e comerciais leves não atingia índice tão elevado como o registrado no mês passado. Das 173,6 mil unidades comercializadas, 67,3 mil foram destinadas a pessoas jurídicas, o equivalente a 38,8% do total. Até então o maior índice da história do setor tinha ocorrido em 2002, quando chegou a 40,0% de participação.
Os dados constam de levantamento mensal feito pela Fenabrave, que mostra índice crescente mês a mês da fatia das vendas diretas ao longo deste ano. Em janeiro, por exemplo, a participação tinha sido de 23,5%. Em outubro chegou a 37,3% e agora aproxima-se dos 40%, bem próximo do recorde de 2002.
No acumulado do ano as vendas diretas respondem por 33,9% do mercado, 5,2 pontos porcentuais acima do índice de 28,7% registrado no mesmo período do ano passado.
A própria indústria reconhece que 40% é um índice muito elevado, pois como as vendas para pessoas jurídicas são feitas com preços abaixo dos praticados no mercado isso reflete na rentabilidade do setor.
Também a rede de concessionários acaba sendo prejudicada, já que vê sua margem reduzida e, consequentemente, faturamento menor. É comum na história do setor, no entanto, as vendas diretas crescerem quando o mercado está em crise. O segmento serve como válvula de escape para ganhar volume e evitar maior ociosidade nas linhas de montagem.
Considerando-se o mercado de automóveis e comerciais leves como um todo, o crescimento das vendas em novembro sobre outubro foi de 12%. Os negócios no varejo, em particular, tiveram alta de 11,4%. Já as transações com pessoas jurídicas cresceram 16,6%.